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Exercício de interpretação
Texto 1 Cidadezinha cheia de graça Cidadezinha cheia de graça Tão pequenina que até cauda dó! Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda vida pode morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
QUINTANA, Mario. Prosa & verso. Porto Alegre: Globo, 1978. P.5-6.
cismar: pensar, imaginar
Sina: sorte, destino
Mário Quintana (1906-1994) nasceu em Porto Alegre e ficou conhecido como o “poeta das coisas simples”. Ele contava que escrevia poesia porque simplesmente sentia vontade. Além de poemas, escreveu contos e crônicas. Ao longo de sua vida, trabalhou em vários jornais. O conjunto de sua obra recebeu o Prêmio Machado de Assis em 1980.
Texto 2 Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. P.22.
Texto 1 Cidadezinha cheia de graça
1. Cidadezinha cheia de graça é um soneto. Esse nome deriva do italiano sonetto, que significa“pequeno som”. Os sonetos são composições poéticas de catorze versos, dispostos em dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos) e que possuem grande musicalidade.
a. Leia-o em voz alta e responda: o que o torna tão musical?
b. Tendo em vista esse poema, defina o que é um verso e o que é uma estrofe.
c. Quem é o eu lírico do poema?
d. Em que