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Vanderlei Carbonara
Todos nós já temos alguma concepção sobre o que seja ética. Mas também não será difícil perceber que há muitas contradições nos discursos do quotidiano ao tratar sobre o tema.
Aqui não nos contentaremos com os discursos informais ou com as muitas opiniões veiculadas em diferentes canais de comunicação. Nosso estudo será rigoroso com os conceitos. Mas, antes de querermos nos aprofundar em conceitos, vamos construir uma ponte entre os discursos éticos do quotidiano e uma concepção mais rigorosa sobre ética.
Imagine que você está transitando no campus da Universidade e ao passar por uma sala de aula escuta gritos. Intrigado, você observa pela janela e vê que uma pessoa está sendo torturada por outras três. A vítima em questão está amarrada a uma cadeira recebendo todo o tipo de agressões e é interrogada para que revele algum segredo, mas que você não consegue entender do que se trata.
Agora pergunto: O ato de torturar alguém para obter informações pode ser considerado uma prática justa e aceitável na vida social? Ou seja, submeter alguém a diferentes formas de sofrimento físico e psicológico, privando-o de sua liberdade, para coagi-lo a revelar alguma informação que não quer revelar, pode ser considerado um bem, de acordo com princípios racionais que orientam o agir humano?
Um mais do exemplo...
Horrorizado com a cena presenciada, você vai em busca de ajuda para fazer parar aquela situação de tortura. Então, eis que você descobre que o sujeito que está sendo torturado é um terrorista que colocou explosivos muito potentes em pontos estratégicos da cidade, mas que não se sabe onde estão e nem como e quando serão detonados. E os homens que estão torturando-o são investigadores que precisam dessas informações para evitarem milhares de mortes. E, claro, trata-se de um terrorista muito bem preparado e que está disposto a tudo para alcançar o fim a que se propôs.
Agora volto a perguntar: O fato de haver