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A morte de um jovem negro que estaria desarmado por um policial branco causou um série de manifestações nos Estados Unidos. No pano de fundo para os fatos que eclodiram a partir de 9 de agosto, o dia do crime, está a questão racial — um problema histórico do país.
Segundo sociólogos e cientistas políticos ouvidos por Zero Hora, a onda de protestos tem causas que vão além do próprio episódio: estão enraizadas na desiguladade econômica e cultural entre brancos e negros nos Estados Unidos.
Veja abaixo a sequência dos fatos e a avaliação de especialistas sobre o assunto.
Olhar Global: protesto por morte de jovem negro nos EUA se aproxima dos distúrbios no Brasil e na Turquia
O estopim
No sábado 9 de agosto, um policial branco matou a tiros o jovem negro Michael Brown, de 18 anos, em Ferguson, município norte-americano localizado no Missouri. De acordo com um relatório preliminar de uma necropsia solicitada pela família do jovem, Brown recebeu pelo menos seis tiros.
Os dois lados da história
De acordo com uma testemunha, Michael Brown ia visitar sua avó e estava desarmado. Caminhava pela rua quando um policial o interceptou e atirou, apesar de o jovem estar rendido, com as mãos para cima. A versão do chefe de Polícia de St. Louis, Jon Belmar, é diferente: Brown teria sido atingido depois de agredir o policial e tentar roubar sua arma.
Repercussão
Um dia depois da morte do jovem, uma onda de agressões, roubos e saques resultou em 32 pessoas presas e dois policiais feridos. O início do segundo semestre letivo nas escolas locais, programado para segunda-feira, foi postergado por razões de segurança. Na terça, o presidente Obama lamentou a morte do jovem e pediu "calma" e "diálogo".
Nomeação de um policial negro
Na quinta-feira, o capitão Ronald Johnson, um negro que cresceu na região de Ferguson, foi nomeado para chefiar a operação. Johnson ordenou a saída dos blindados e de policiais com roupas