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A importância de Santo Agostinho para história da filosofia ocidental é ímpar. Trata-se de um grande nome da patrística latina, conhecido pelas suas inquietações e questionamentos que o levaram a uma grande produção filosófica nos séculos IV e V da nossa era. Ao lado de São Tomás de Aquino, Santo Agostinho destaca-se pelo seu pensamento não só filosófico, mas também teológico na doutrinação da Igreja Católica que ainda nestes tempos expandia pelo mundo.
Por isso, presente trabalho tem por objetivo apresentar uma síntese da temática abordada e discutida em um seminário que nos foi proposto, tendo como foco principal a filosofia de Santo Agostinho e seu livro a Cidade de Deus.
1. Vida
Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles, e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupam sejam sempre os problemas práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.
Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa, mais tarde canonizada. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente., aos 17 anos passou a viver com uma concubina, da qual teve um filho, Adeodato. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e