Texto
O mundo era mágico, vivia-se sob os ditames das crenças e das trevas da eternidade. O desenvolvimento da ciência quebrou o encanto do mundo e assim, as coisas, o homem, passam a ser os artífices da realidade. O céu, paraíso, o éden outrora repletos de significados, agora passam a serem vazios. O sentido das cosias mudara. O mundo passa a ser outro, não mais geocêntrico, mas sim heliocêntrico. Apesar do significado incutido pelos acontecimentos históricos, a religião ainda continua a responder questões cotidianas, existenciais, psicológicas, sociais e humanas. A religião continua a existir como algumas funções vitais do ser humano, jamais desaparecerá. O que ocorreu foi uma inversão das coisas, onde a religião foi destronada e a ciência elevada como religião da modernidade. O mundo encantado, fantástico, mítico da religião ainda perdura, mesmo que na produção e sacrário individual, parcialmente existe. O autor apresenta em sua abordagem geral e totalitária uma abordagem científica da religião. No entanto, promove uma análise do fenômeno religioso desde as suas fundações, prendendo-se na medievalidade, chegando ao desencantamento do racionalismo moderno. O público em que ele lança as questões e problematizações identifica-se como filósofos, sociólogos, teólogos, cientistas da religião e cientistas nas suas concepções laicas. A problemática de definir a religião segue em busca das origens do desencantamento moderno do mundo. A abordagem realizada por Rubem Alves repensa aspectos fundamentais da religião, tais como: perspectivas, a ausência dos sentidos dos símbolos, o exilo do sagrado e o deus dos oprimidos. Fica implícita na obra uma abordagem histórica, social, filosófica, religiosa e humana das mudanças sofridas pela religião e pela sociedade. É marcante a diferenciação estrutural da ciência em relação a religião, ou seja, algumas coisas cremos, fazem