TEXTO ANDRES LEPIK TRADU O

Lepik, Andres. (org). “Construindo na sociedade”. Em: Small scale, big change. New architectures of social engagement. Nova York, MOMA, 2011. Pp.12-21
12_ A arquitetura pode ser um poderoso instrumento para afetar a mudança social. Em uma pequena escala, uma escola bem concebida pode influenciar positivamente o aprendizado e ajudar as crianças a se identificarem como parte de uma comunidade mais ampla. Em uma escala mais ampla, o planejamento urbano que oferece não apenas as necessidades básicas de habitação, transporte, comércio, mas também parques, praças, equipamentos culturais, pode aumentar a qualidade de vida dos habitantes, ampliar o orgulho cívico e ter impactos positivos na economia da cidade. Mas a arquitetura de sucesso – aquela que supera os requisitos básicos para criar um lugar útil e belo – está longe de alcançar a todos os segmentos da sociedade, inclusive a maior parte da população que não tem nem acesso à casa para suprir suas necessidades básicas. De acordo com as Nações Unidas, aproximadamente um bilhão da população mundial de 6.75 bilhões vive em extrema pobreza, com uma renda de menos de 150 dólares por ano e acesso limitado a água limpa, educação e saúde.1 Ocasionalmente a atenção se dirige aos desafios desse segmento da população a partir de eventos catastróficos como o tsunami que atingiu a Ásia em 2004 ou os terremotos que devastaram a China em 2008 e o Haiti em 2010. Além das óbvias tragédias humanas desencadeadas por esses desastres, há também os efeitos do meio ambiente – casas, escolas, hospitais, mesmo bairros completos e cidades destruídos. Em vários casos, construções precárias ou edifícios que não se ajustavam às condições locais podem ser a causa de um desastre ainda maior. A falta de acesso a casas adequadas e infraestrutura não se limita apenas aos países em desenvolvimento. Mas desigualdade na distribuição da renda dos países no mundo em desenvolvimento continua a crescer, causando amplas disparidades nas condições de vida