Teorizaçao do servoço social
Ciro J. R. Marcondes Filho
I. INTRODUÇÃO
O trabalho que ora apresentamos possui objetivos teóricos específicos. Baseados na possibilidade de proceder a uma leitura crítica da proposta althusseriana, tentaremos dar por um lado uma contribuição para o desenvolvimento da questão epistemológica do pressuposto hegeliano no pensamento e no programa metodológico marxiano, e, por outro, avaliar as colaborações do pensamento de Althusser no progresso da ciência da sociedade capitalista em proposições particulares e gerais. Para tanto, procuramos na obra althusseriana (1) o momento exato em que, com mais segurança afirmasse onde está o ponto de estrangulamento fundamental que impede o livre desenvolvimento de uma ciência marxista como tal. Esse empecilho localiza-se na passagem célebre da literatura marxista, conhecida por “inversão hegeliana”. Para Althusser o problema não está apenas em inverter os pólos mantendo a unidade do sistema lógico de Hegel. É preciso localizar em Marx um modelo, um método de explicação que difere tanto da natureza dos objetos quanto nas suas próprias estruturas internas da proposta hegeliana (2). A nossa preocupação aqui, entretanto, não será a de investigar sobre o fato de que Marx mantém em seu discurso o modo de explicação hegeliana ou não. Esse problema cabe a intelectuais que mais exaustivamente procedam a uma nova exegese à obra marxiana, agora preocupados com a lebre levantada por Althusser. Nosso objetivo aqui é mais modesto. Estamos preocupados, única e exclusivamente, em avaliar a exatidão das provas apresentadas por Althusser e suas justificativas lógicas na defesa da tese. Desta forma trabalharemos diretamente com os textos althusserianos e não faremos o cotejo a não ser com o próprio Marx. Mesmo assim, respeitando as hipóteses por ele propostas de que o Jovem Marx não era marxista, limitar-nos-emos aos textos do Velho Marx. Mesmo assim, ainda respeitando os parâmetros traçados por ele,