Teoria e História de Video
Débora Aldeia
João Sousa Cardoso
Temas:
As especificidades tecnológicas: a ligeireza do médium, as limitações tecnológicas, o circuito fechado e o tempo real.
Relações entre o vídeo e a televisão; aspectos em comum e as suas diferenças.
Quando a difusão da televisão se tornou mais forte a partir das décadas de 50 (EUA), 60 (Inglaterra) e 70 (Europa Central), era essencialmente utilizada para uma programação direcionada para a publicidade e para a propaganda: enquanto nos Estados Unidos, a publicidade entretia as famílias contribuindo para o aumento da intensidade do modo de vida consumista da população; na Europa, além da publicidade que permitia o financiamento das emissões, a propaganda servia fins políticos e existiam pequenos programas instrutivos em várias áreas, manipulados pelo Estado, tornando-se ainda assim uma ferramenta pedagógica e lúdica. Essencialmente, a televisão era uma distração para as massas, que servia indústrias e sistemas políticos.
As televisões estatais tinham uma programação curta, poucas horas diárias, normalmente de manhã e à noite, em momentos familiares. Mediante este prendimento à televisão por parte dos espectadores surge também a obra 13 television sets, de Nam June Paik, uma obra composta por treze aparelhos televisivos empilhados formam uma coluna vertical com emissão de sinal televisivo instável e distorcido, uma vez que estão acoplados a um gerador de frequência. A comparação com uma crença religiosa é bastante explícita, parecendo-se o conjunto com um totem de veneração de algum deus, só que desta feita, a veneração é direcionada para a televisão, uma espécie de crença /fé tecnológica que altera o quotidiano das pessoas e sobre a qual é justo dizer que atualmente, não só a televisão gere as horas familiares (embora esta permita ao espectador uma falsa sensação de liberdade), como outros