Teoria e desenvolvimento curricular
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CURRÍCULO: NATUREZA E ÂMBITO
António Carrilho Ribeiro, Desenvolvimento Curricular, Texto Editora, Lisboa, 1992
Pretende-se, neste capítulo, encontrar resposta para as seguintes perguntas: Como se pode definir «currículo»?
0 que inclui? 0 que os distingue de outros conceitos e sistemas com ele relacionados?
Tentar-se-á uma resposta a estas questões, seguindo uma metodologia de aproximações e contrastes sucessivos, não escondendo indefinições e pontos controversos, designadamente quanto ao problema da definição de currículo. Após uma digressão por diferentes acepções sobre currículo, esclarece-se a perspectiva presente neste trabalho, relaciona-se o currículo com vários sistemas conexos, concluindo com a descrição das componentes curriculares fundamentais.
0 termo «currículo» não possui um sentido unívoco; existe, antes uma diversidade de definições e de conceitos em função das perspectivas que se adoptam (Schiro, 1979), o que vem a traduzir-se, por vezes, em alguma imprecisão acerca da natureza e âmbito do currículo.
Importa, pois, proceder à análise de algumas acepções correntes e de concepções típicas, seleccionadas da literatura especializada sobre o currículo, no sentido de identificar aspectos comuns na variedade de conceitos que têm sido apresentados e, assim, ir precisando o entendimento acerca dos elementos caracterizadores do currículo e delimitando as suas fronteiras.
0 PROBLEMA DA DEFINIÇAO: ACEPÇÕES COMUNS E CONCEPÇÕES TÍPICAS
Entre as acepções mais comuns sobressai a que identifica currículo com o elenco e sequência de matérias ou disciplinas propostas para todo o sistema escolar, um ciclo de estudos, um nível de escolaridade ou um curso, visando a graduação dos alunos nesse sistema, ciclo, nível ou curso. O currículo confunde-se com «plano de estudos», consistindo este num conjunto estruturado de matérias de ensino com peso relativo diverso, o qual se