Teoria da Tabula Rasa por John Locke
As teorias epistemológicas de Locke foram expostas em Essay Concerning Human Understanding (Ensaio sobre o conhecimento humano, 1690), no qual fundamentou o empirismo.
Ele negava radicalmente que existissem idéias inatas, tese defendida por Descartes. Quando se nasce, argumentava, a mente é uma página em branco (tabula rasa) que a experiência vai preenchendo. O conhecimento produz-se em duas etapas: a) a da sensação, proporcionada pelos sentidos, e b) a da reflexão, que sistematiza o resultado das sensações. Na educação, compilou uma série de preceitos sobre aprendizado e desenvolvimento, com base em sua experiência de médico e preceptor, que teve grande repercussão nas classes emergentes de seu tempo.
A grande e duradoura importância de Locke para a história do pensamento está no entrecruzamento de suas áreas de estudo (Filosofia, Política, Educação). Assim, a defesa da liberdade individual, que ocupa lugar central na doutrina política lockiana, encontra correspondência na prioridade que ele confere, no campo da educação, ao desenvolvimento de um pensamento próprio pela criança.
Suas investigações sobre o conhecimento o levaram a conceber um aprendizado coerente com sua mais famosa afirmação: a mente humana é tabula rasa, expressão latina análoga à idéia de uma tela em branco.
É por isso que, para Locke, o aprendizado depende primordialmente das informações e vivências às quais a criança é submetida e que ela absorve de modo relativamente previsível e passivo. É, portanto, um aprendizado de fora para dentro, ao contrário do que defenderam alguns pensadores de linha idealista, como Rousseau e Pestalozzi e a maioria dos teóricos da educação contemporâneos.
Ao negar o inatismo, contrariava o legado do filósofo mais