Teoria da convivencia
Este estudo buscou apreender as representações sociais acerca das interações com animais de estimação elaboradas por idosas, considerando seus benefícios e riscos. Participaram 200 idosas, distribuídas em dois grupos, de acordo com a convivência ou não com animais de estimação. Aplicaram–se um questionário sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras, com base nos estímulos–indutores "animal de estimação", "benefícios", "riscos", "saúde", "doença" e "eu mesma". Os resultados mostraram que as idosas que conviviam com animais de estimação ancoraram as representações sociais dos animais nas interações sociais alternativas associadas à carência afetiva humana. Elas expressaram a ausência de riscos no contato com os animais, adotando uma conduta defensiva em relação ao estímulo, direcionada para a busca do equilíbrio mental, numa luta silenciosa para sobreviver à angústia da solidão. Constatou–se que a rede de significados ultrapassou a simples posse de uma mascote e assumiu uma postura concernente aos deslocamentos dos afetos. Foram discutidas as limitações do estudo, sugerindo–se a ampliação da amostra e das técnicas de coleta de dados, como forma de aumentar o seu alcance e a sua aplicabilidade social.
Palavras–chave: Idoso, Animal de estimação, Representações sociais, Técnicas projetivas, Apoio social.
Introdução
O processo de construção do envelhecimento encontra–se inter–relacionado com uma complexa rede de fatores físicos, psicológicos, sociais, econômicos e culturais. A interação desses fatores faz do envelhecimento um fenômeno extremamente heterogêneo e individualizado, que é influenciado por padrões históricos e culturais de uma sociedade.
Nessa fase da vida, inicia–se a perda da intimidade com companhias humanas, a exemplo de cônjuges e amigos, além da separação dos filhos e dos colegas de trabalho e da alteração dos papéis