teologia
INTRODUÇÃO
Rute era moabita, povo descendente de Ló (Gn. 19:30-38). Eram pagãos. Deus, ao estabelecer a família que daria origem ao Salvador do mundo, escolheu uma bela jovem pagã, conduziu-a a Belém e a fez noiva de Boaz. Assim é a graça de Deus. Adota os gentios na família de Cristo. Sabemos que, embora Rute nascesse no paganismo, veio a conhecer o Deus verdadeiro através do seu primeiro marido ou de Noemi. Boaz era filho de Raabe, a meretriz encontrada em Jericó. Vemos assim que a bisavó de Davi era moabita e seu bisavô meio-cananeu. Todos eles fazem parte da linhagem do Messias.
O versículo mais conhecido deste livro consiste nas palavras que Rute dirigiu a Noemi, quando ainda estava em Moabe – Rt 1.16
Na Bíblia Hebraica, a história de Rute vem colocada entre os Escritos (Ketuvim). A tradição grega e latina apresenta outra ordem: recuam-na para junto do livro dos Juízes, provavelmente pela indicação contida em 1,1, que situa os acontecimentos deste livro naquela época.
Tal como hoje nos aparece, este pequeno livro foi escrito provavelmente só depois do cativeiro da Babilônia. Um autor desconhecido deixou-nos esta bela composição literária.
DIVISÃO A narração desenvolve-se numa harmonia notável de quatro cenas (1,7-22; 2,1-23; 3,1-18; 4,1-12), precedidas de uma introdução (1,1-6) e seguidas de uma conclusão(4,13-17).
Mais do que no amor, o livro de RUTE centra o seu enredo no motivo legal do levirato e do resgate: quando um homem morre, sem deixar descendência, o irmão ou o parente mais próximo deve receber a viúva e gerar filhos, que perpetuarão a memória do defunto; e deve ter igual atenção em relação aos bens patrimoniais. Assim se cumpria a lealdade familiar no quadro da legislação antiga (Dt 25,5-10). É esta lealdade que torna exemplar, mesmo admirável, o livro de Rute.
As suas personagens têm nomes carregados de simbolismo: Elimélec = "o meu Deus é rei"; Noemi = "minha doçura"; Mara = "amargurada"; Maalon = "enfermidade";