teologia
INTRODUÇÃO
Segundo a tradição rabínica, seguida pelo Cristianismo, Moisés é o autor de todo o Pentateuco. Alguns radicais, como Filo e Josefo, chegaram a declarar que teria escrito acerca da própria morte (Dt 34.5). Mas o Talmude reconhece ter Josué escrito este trecho.
Segundo uma tradição, aceita pelos pais da Igreja (apesar de reconhecerem a autoria mosaica), os rolos foram perdidos devido a um incêndio, e foram totalmente reescritos mediante inspiração do Espírito Santo por Esdras. Esta tradição está apoiada em um escrito apócrifo – 4 Esdras 14.21,22: “Porque a tua lei foi queimada, de modo que ninguém sabe as coisas que foram feitas ou serão feitas por ti. Se tenho achado graça diante de ti, envia o Espírito Santo a mim, e escreverei tudo que tem acontecido no mundo desde o princípio, as coisas que foram escritas na tua lei, afim de que homens possam ser capazes de encontrar o caminho, e a fim de que aqueles que desejam viver nos últimos dias possam viver(1)” Já nos primórdios da era cristã, alguns começaram a duvidar da autoria mosaica, tais como os nazarenos e os ebionitas. Mas as primeiras argumentações de peso começaram na Idade Média, com pensadores tais como Ibn Ezra. Isto prosseguiu na Idade Moderna, com Baruque Espinosa, Carlstadt e Andreas Masius.
A Teoria Documentária, segundo a qual várias fontes foram unidas para formar o Pentateuco – tornando-o um livro de vários autores – começou a ser delineada em 1753 pelo professor de Medicina em Paris, Jean Astruc. Observando a freqüência com que aparecem os nomes divinos Elohim e Yahweh, elaborou a tese de que foram usados dois documentos para a redação do Pentateuco.
Esta idéia evoluiu no final do século XIX para a “hipótese Graf-Wellhausen”, elaborada por Julius Wellhausen e Karl H. Graf, segundo a qual o Pentateuco era o resultado de quatro documentos: Javista (J, cerca de 950 a.C.), Eloísta (E, século VIII a.C.), Deuteronomista (D, século VII a.C.) e