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Sentado na poltrona, o pequeno homem bebia o chá de camomila, enquanto se deleitava com os programas noturnos típicos da época quente. Fascinava-o a cara da apresentadora.
“Comia-te” dizia para si.
E nisto pensou na sua mulher, e na sepultura, e em muitos outros assuntos aleatórios que foram surgindo pela simples constatação da beleza da mulher da televisão. Mas a água amarela acabara e impunha-se agora que a caneca regressasse ao sítio de onde veio.
De olhar mórbido, como que violador, o homem mirou mais uma vez a figura feminina da televisão e despediu-se dela com um piscar de olho. Desligou o aparelho, agarrou na caneca e na bengala, e tranquilamente, arrastou-se até à cozinha. Noites como aquela eram recorrentes desde que a companheira falecera. Limitava-se ao chá e às noites com a apresentadora boazona. Muita falta lhe faz a sua senhora… Mas ela foi-se, e ele limitava-se a encher o vazio causado pela ausência dela com infusões de ervas.
Se te sentes só
Perdido, sem sentido
Basta dares-me a mão
Levar-te-ei comigo

Se não tens ninguém
E a vida corre mal
Basta dares-me a mão
E nada será igual

Pega na guitarra
Segue a minha voz
Faz-te ao caminho
Junta-te a nós

REFRÃO:
A vida passa
A palavra fica
Sê escuta e acredita

Ser Escuteiro
Do CNE
Escuta e acredita
E vê como é!

Abraça a Palavra
Aquela que te digo
Se me seguires
Nunca andarás perdido

Se estás desanimado
E não dá para sorrir
Sente esta força
Que te vai possuir

Comigo a teu lado
BP vais descobrir
Liberta o teu grito
Para ele te ouvir