Temporalidade e capitalismo
201101027
Temporalidade sistema capitalista O tempo é uma construção social. O homem sempre necessitou contar a passagem de tempo de alguma maneira, isto justifica as inúmeras teorias e indagações sobre o tempo, já que ele pode ser entendido sobre vários aspectos. Todas as ações humanas são controladas pela temporalidade, tanto a humanidade antiga quanto a contemporânea está de alguma forma aprisionada pela contagem do tempo. O que marca estas diferenças de temporalidade na vida humana são as adaptações do homem dentro do seu contexto histórico e as necessidades de se relacionar com o tempo. Com a crescente industrialização e o advento do sistema capitalista, o tempo parece ter acelerado, mas o que ocorreu na verdade não foi a aceleração do tempo, e sim adequação do próprio homem dentro do imperativo modelo produtivista. Mas o que é o tempo? Medida, mudança, categoria, movimento, duração, memória, matéria ou imaginação? É real ou percepção? O que pode nos intrigar com o tempo é o fato de que ele é irreversível e constante, ainda que eu não o perceba ou me recuso a pensá-lo, mesmo assim, sou afetado por ele. O presente se torna passado e o futuro presente, que logo se tornará passado novamente. A própria discussão sobre o tempo se torna vazia em uma sociedade tão apressada e recusada em perder tempo. Cada instante é controlado por um ideal categórico de produção e ocupação útil do tempo. O homem contemporâneo vive tão completamente imerso na temporalidade urgente dos relógios de máxima precisão, no tempo contado em décimos de segundo, que já não é possível conceber outras formas de estar no mundo que não sejam as da velocidade e da pressa. O sujeito não pode ser privar de sua consciência, ainda que por algumas horas, para se adentrar nas possibilidades subjetivas desta análise. A ambição não permite tal ação. Nada causa tanto escândalo, em nosso tempo, quanto o “tempo livre”, vazio. Ao contrário, é preciso