Tempo da Política: Uma análise sobre as relações sociais do período eleitoral.
Uma análise sobre as relações sociais do período eleitoral.
Introdução
É notório que ha um sem número de páginas dedicadas hoje, sobretudo pelas Ciências Sociais, as relações sociais existentes no período eleitoral. Neste ensaio, entretanto, quero pensá-las considerando os estudos desenvolvidos nessa mesma área por três autores específicos: Karina Kuschnir, Moacir Palmeira e Beatriz Heredia. A escolha do tema é indissociável da leitura de dois textos, a saber: “Antropologia da Política” de Karina Kuschnir e “Política Ambígua” de Moacir Palmeira e Beatriz Heredia, realizada por mim, durante o curso de Antropologia Política do 7º período de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em primeiro lugar porque me interesso especialmente por esse ramo da antropologia e em segundo por ser uma leitura envolvente, que com facilidade te leva para junto do pesquisador em campo, fazendo com que você mais do que ler, viva as experiências analisadas pelos autores. Partindo dessas motivações, me dedicarei a neste trabalho, analisar a contribuição dos autores já citados no que tange as relações sociais durante o período eleitoral, ou, como coloca Palmeira e Heredia, o tempo da política. Para situar o leitor, farei umas considerações gerais a respeito dos dois textos, a fim de contextualizar nossas análises.
Antropologia da Política
Em Antropologia da Política, Karina Kuschnir faz seus primeiros esforços para contextualizar o surgimento da Política nos estudos da Antropologia. Para tal, lança mão de um renomado arcabouço teórico que permeia todo o texto como Edmund Leach, Frederick G. Bailey, Max Gluckman e Pierre Clastres. Ela também enfatiza a consagração do termo “Antropologia política” em 1959, pelo cientista político David Easton. Ele cobrava da Antropologia um enfoque nas práticas e instituições políticas por si mesmas, descoladas das relações com as demais esferas sociais.
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