Tempo com os filhos
A qualidade do tempo que você passa com seus filhos importa e muito. Mas a quantidade desses momentos também é fundamental, dizem educadores. Deborah Kanarek
Psicólogos e educadores estão mudando o discurso de que a qualidade do tempo que se passa com os filhos é mais importante do que a quantidade. Eles constataram que, com a correria da vida moderna, muitos pais reduziram a convivência diária com os filhos a tal ponto que a situação se tornou alarmante. 'Depois de trabalharem 10 ou 12 horas, é comum chegarem em casa, abrirem um parêntese de alguns minutos para brincar com os filhos e em seguida irem para o computador ou assistirem à televisão, achando que o dever foi cumprido e está tudo bem', diz a psicóloga Maria Tereza Maldonado, com consultório no Rio de Janeiro. 'Não pode haver qualidade na relação familiar sem um mínimo de quantidade', sentencia a especialista, autora, entre outros livros, de As Sementes do Amor (Editora Planeta, 2003). Ela não se arrisca a dizer, assim como outros estudiosos do comportamento familiar, qual é o tempo mínimo que os pais devem passar com os filhos. 'Isso poderia fixar um padrão que não corresponde à realidade de famílias muito diferentes', explica Maria Tereza. O que se aplica a todos os pais como um alerta geral é que a falta de tempo para os filhos tem sido vista como um dos principais motivos do crescimento de problemas emocionais na infância, segundo o presidente do Conselho Acadêmico da Sociedade Brasileira de Pediatria, Reinaldo Menezes Martins. 'Qualidade de tempo tem limite. Quinze minutos por dia com o filho não são suficientes', diz. 'Esse pode ser um tempo para a gente se ver livre de uma tarefa, mas não para dar atenção a uma criança', reforça a psicanalista Carmen Proença.
Presença em casa
A teoria de que qualidade é mais importante do que quantidade na relação familiar ganhou espaço há algumas décadas por conta da crescente participação das mulheres no mercado de trabalho. Para