TECOLOGIA E EDUCAÇÃO
O desafio da compreensão da diferença entre inovação e sofisticação de práticas ainda tradicionais. Análise do uso das novas tecnologias na educação realizada educadora e coordenadora de pesquisa do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC/ UFRGS) Léa Fagundes. Nove páginas com respostas da educadora que podem nortear a reflexão sobre a teoria e a práticas das novas tecnologias na educação.
O uso das tecnologias analógicas, como a imprensa, o rádio, o cinema, preparou a sociedade da informação e tem influenciado continuamente as formas de pensar, e a difusão do uso das tecnologias digitais é que está gerando mudanças surpreendentes. As tecnologias digitais ampliam os poderes cognitivos do ser humano. Não se trata só de receber e transmitir conhecimento, mas de criar, construir novos conhecimentos. Os cursos de licenciatura estão ainda no terreno de leitura e estudos textuais, não contextualizados, diretivos e de cima pra baixo, sem compromisso com o chão da escola, com a sala de aula que poderia ajudar estudantes e docentes a percorrer o caminho da prática e manter as trocas dialógicas entre a prática e a teoria. A cultura Digital é a cultura de rede, a cibercultura, que sintetiza a relação entre sociedade contemporânea e novas tecnologias da informação.
Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) declaram abertamente: os conteúdos do currículo são: conceitos, valores e procedimentos. Em educação, fala-se muito sobre eles, escreve-se muito, mas não se vive valores. As práticas não analisam nem propõem reflexões para que se tome consciência de nossas escalas de valores e se planeje e execute estratégias de incorporá-los. O que perigoso, pois impor valores morais gera obediência aparente, mas transgressão escondida.
Estudando o nascimento da inteligência na criança, Piaget identificou duas funções