Tecnologias assistenciais e a atuação do enfermeiro
Por estarmos em plena era tecnológica, as concepções de tecnologia tem sido usadas, às vezes, de forma equivocada, pois tem sido compreendida apenas na perspectiva de um produto, com materialidade e, também, resumida a procedimentos técnicos de operação. A nosso ver, há que se alargar tal concepção. A tecnologia pode ser entendida como o resultado de processos concretizados a partir da experiência cotidiana e da pesquisa, para o desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos científicos para a construção de produtos materiais, ou não, com a finalidade de provocar intervenções sobre uma determinada situação prática. Todo esse processo deve ser avaliado e controlado sistematicamente.
As tecnologias podem ser de vários tipos, como as Tecnologias Educacionais (dispositivos para a mediação de processos de ensinar e aprender, utilizadas entre educadores e educandos, nos vários processos de educação formal-acadêmica, formal-continuada); as Tecnologias Assistenciais (dispositivos para a mediação de processos de cuidar, aplicadas por profissionais com os clientes-usuários dos sistemas de saúde - atenção primária, secundária e terciária); e as Tecnologias Gerenciais (dispositivos para a mediação de processos de gestão, utilizadas por profissionais nos serviços e unidades dos diferentes sistemas de saúde)(1). Nesta classificação não há menção a tecnologias educacionais para educação comunitária, o que nos interessa aqui destacar.
Basicamente dois fatores no início do século XVII cooperaram para o surgimento da tecnologia como uma aproximação da técnica com a ciência moderna. Primeiro: na Europa, o aparecimento de uma crença de que tudo poderia ser feito pelo homem a partir do conhecimento científico; e segundo, a ciência experimental passou a exigir para seus experimentos, instrumentos com maior precisão, fabricados por cientistas com dotes artesanais, baseando-se em teorias científicas.
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