Tecnologia
Maurício Palma Nogueira1
1. Por quê confinar?
Muito se discute, hoje, sobre a viabilidade do confinamento em fazendas de pecuária de corte. Enquanto alguns são entusiastas da técnica, outros dizem se tratar de prejuízo na certa, algo que dificilmente tende a proporcionar resultados positivos em uma empresa rural.
De fato o confinamento é uma atividade de alto risco financeiro. Quando o pecuarista fecha o gado no cocho, inicia um processo de alto ganho de peso, quando comparado aos ganhos a pasto. No entanto, chega um momento que não se pode mais “segurar” os animais pois os custos do ganho de peso passam a ser proibitivos. Isso ocorre à medida que os animais vão atingindo maiores massas.
Além de tudo, há uma disponibilidade limitada de forragens para fornecer aos animais, o que também inviabilizaria estender o confinamento por períodos significativamente mais longos do que o planejado.
Nesse ínterim, o produtor passa a ser “refém” do mercado. Se os preços estiverem ruins, ele tem que vender do mesmo jeito. É perder pelos preços baixos ou perder pelo custo alto. Quando se diz que o produtor fica refém, é porque postergar a venda geralmente acarreta em maiores riscos operacionais. Os custos aumentam; isso é fato! E os preços dependem do mercado. Podem subir e compensar o aumento de custos, ou podem cair e piorar ainda mais a situação.
No último ano, por exemplo, os preços do boi gordo foram recuando mês a mês até meados de setembro, quando o mercado começou a reagir. Em menos de 20 dias, a arroba do boi gordo havia valorizado R$9,00, ou cerca de 18%, em valores reais, ou seja, considerando a inflação.
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Engenheiro Agrônomo – Sócio diretor da Scot Consultoria. mpnogueira@scotconsultoria.com.br
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A alta se estendeu até meados de outubro, quando foram encontrados focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. A partir deste momento, o mercado afrouxou, mas não