tecnologia da informação
Quem faz as leitura numérica são os transistores, pequeninos dispositivos eletrônicos que compõem os chips do processador e das memórias. O problema é que cada transistor só interpreta um bit por vez. Então, mesmo com um número absurdo de transistores - um processador Pentium 4, por exemplo, tem 40 milhões deles - o poder de cálculo dos modelos clássicos tem limites. Mas, se trocarmos os chips por átomos, a coisa muda. "O princípio da superposição da física quântica diz que uma partícula pode estar em 0 e 1 ao mesmo tempo. Essa característica permite que os cálculos sejam feitos simultaneamente, com vários bits interpretados ao mesmo tempo. Isso pode aumentar muito a rapidez das contas", diz o físico Luiz Davidovich, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os cientistas já sabem, por exemplo, que um computador quântico é uma Ferrari para quebrar códigos criptográficos - aqueles conjuntos de intermináveis números que protegem as transações bancárias e as compras pela internet. "Em tese, um processador com mil átomos pode fazer cálculos que um número imenso de supercomputadores convencionais demoraria milhares de anos para concluir", afirma Luiz. Até agora, o máximo que os pesquisadores conseguiram foi montar processadores com menos de dez átomos. Um modelo comercial deve levar décadas para chegar às lojas.
Um computador quântico é um dispositivo que executa cálculos fazendo uso direto de propriedades da mecânica quântica, tais como sobreposição e interferência.