Tecnofilo e a informatiza o da educa o

Jessica Agostinho
Tecnófilo

“Chegará o dia em que os computadores ensinarão melhor do que seres humanos, porque computadores podem ser bem mais pacientes e bastante ajustados às diferenças individuais.”(Clive Sinclair)

Tentar impedir que se desenvolvam iniciativas

de introdução de computadores na educação sob a alegação de que há várias outras coisas que são mais prioritárias, e que deveriam ser atendidas antes, é assumir a atitude de passividade daqueles que, não podendo fazer tudo o que querem, resolvem não fazer nada.

Se o potencial educacional do computador

fosse apenas o de repassar informações aos alunos, e depois testá-los para ver se assimilaram as informações, então, por melhores que fossem seus recursos gráficos, e por mais atraente que pudesse parecer aos alunos, sua introdução na educação, em um país de condições sócioeconômicas como as nossas, talvez não se justificaria. Não podemos perder de vista o fato de

que a escola tem que preparar cidadãos suficientemente familiarizados com os mais básicos desenvolvimentos tecnológicos, de modo a poder participar no processo de geração e incorporação da tecnologia de que o País precisa para sair do estágio de subdesenvolvimento econômico e de dependência cultural e tecnológica em que se encontra. E a informática está no centro de toda essa tecnologia. Temos que reivindicar recursos que permitam

que a educação que estamos oferecendo seja relevante para as condições em que nossos alunos irão viver e trabalhar.

Se a introdução do computador não altera

radicalmente a maneira de ensinar, não poderá ter muito efeito sobre a educação.
Grande parte da aprendizagem, mesmo da aprendizagem que ocorre na escola, não é decorrência de um processo de instrução ou de ensino deliberado. O desenvolvimento intelectual (e também o desenvolvimento social e moral) da criança ocorre através de uma série de interações com o meio em que está inserida. O ensino formal e deliberado é apenas uma dessas formas de