Teatro
Se o espaço da orchaestra se destinava à elite citadina, os primeiros degraus das bancadas eram destinados aos cavaleiros, sendo seguidos pelos soldados e pelos funcionários públicos. A parte mediana da cavea era ocupada pelos colonos cidadãos e pelos hóspedes. Nos degraus da parte superior das bancadas sentavam-se sucessivamente os libertos, os escravos (em pé) e, por fim, no pórtico coberto, as mulheres.
As conotações festivo-religiosas dos teatros, cedo favoreceram o seu aproveitamento como espaços privilegiados para a exaltação do culto imperial. A partir desse momento, que podemos coincidir com a época de Augusto, os edifícios teatrais passam a acolher múltiplos testemunhos dessa devoção. Um exemplo claro dessas manifestações ocorre no Teatro da antiga cidade de Olisipo, onde um sacerdote de culto imperial suporta os encargos das obras de remodelação de uma parte do espaço cénico e as dedica ao Imperador Nero.
Estas acções de melhoramentos e de ofertas feitas nos espaços teatrais em honra dos Imperadores, tornaram-se em práticas de evergetismo comum por todo o Império romano, acabando por atribuir ao Teatro uma função propagandística que permite explicar a enorme quantidade de epígrafes que surge nestes