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A globalização está transformando o planeta terra numa ação única, ignorando as fronteiras que delimitam seus territórios. É difícil imaginar o mundo como um país unificado, porque as implicações políticas, culturais, religiosas e étnicas dessa unificação não são fáceis de ser administradas. Mas o que se observa, na prática, é que muitas fronteiras estão perdendo sua razão de ser.
Quando se fala em globalização, tende-se a destacar os aspectos da produção de riquezas e do consumo. Isso é apenas o primeiro resultado da mudança. A globalização ainda está em seu início. É impossível dizer que conseqüência trará, a não serem as já conhecidas.
O processo está evoluindo rapidamente e é difícil detê-lo. E, como tudo na vida, tem um lado negativo. A primeira denúncia é de que a globalização econômica está decepando os empregos também em escala global e num ritmo igualmente veloz. No fim da linha, dizem os críticos, haverá uma crise social de proporções nunca vistas.
Um balanço mais objetivo dos resultados da política de abertura adotada pelos países periféricos e endividados revela os efeitos perversos dessa liberalização, que deixa suas seqüelas sob forma de cortes impiedosos de postos de trabalho, queda dos níveis salariais, perda da capacidade do Estado de levantar recursos, via tributos e impostos, para atender as demandas cada vez mais urgentes não somente das massas, mas também das classes médias angustiadas pelo desemprego, custo e baixa qualidade da educação, falta de segurança e deterioração generalizada da qualidade de vida.
Nos estudos dos economistas, deu-se o nome de “desemprego estrutural” a esta tendência. O desemprego estrutural é um processo cruel porque significa que as fábricas robotizadas não precisam mais de tantos operários e os escritórios informatizados podem dispensar a maioria de seus datilógrafos, contadores e gerentes. Ele é diferente do desemprego que se conhecia até agora, motivado por recensões, que