Taubaté antigament
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CINCO MOTIVOS PARA LER (A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS) Como seduzir o leitor? Sobretudo nesses novos tempos. Tempos de mídias múltiplas e de variações instantâneas de (quase) tudo. O que fazer para que, esta criatura insubstituível, que vive num mundo de teclas e atalhos, sente-se, aquiete-se e embrenhe-se no universo da leitura. Afinal, todo autor depende do leitor. O leitor decidirá, e muito mais, nesses tempos de
“tendências” o sucesso ou não de sua obra. Então, ser original seria um bom começo, escrever alguma coisa entre nova e ótima, dosando todos os ingredientes que uma boa narrativa acarreta. Walter Benjamin sugere que o bom narrador deve experenciar (1985: p. 197). Por isso que narrar não seria o mesmo que contar. Seria interpretar sua experiência e a de outros.
E o bom narrar, seria, ainda, contar como se tivesse estado lá. Talvez isso proporcionasse à narrativa a característica fundamental do bom narrador.
Nesse sentido, o narrador de A Menina que roubava livros é primoroso, pois, sendo a
Morte, esteve presente em todos os episódios que narra, ele é nada mais, nada menos, que o personagem principal da trama em todas as guerras: em específico na narrativa que ora tratamos. A história acontece na guerra de Hitler, no momento do holocausto, sendo assim, saberá este narrador contar sem tirar nem pôr uma vírgula sequer.
Pode-se dizer, então, que um narrador assim é altamente fascinante. Entender-se-ia ser um dos motivos do grande sucesso da obra: um narrador como poucos. E sua narração viria imbuída de informação, mas nem por isso pobre, nem empobrecedora, como igualmente ocorria em Leskov.
Benjamin discute, ainda, que ir, estar lá deixa de ter tanta importância, nas narrativas de fim-de-século, e, que por isso, o narrador como conselheiro, vai desaparecendo
(BENJMIN, 1985: p. 198). Mas eis que reaparece um narrador aconselhando, refletindo e 1 Aluna do Curso de Letras da