Tabu do beijo
Em alguna países, beijar é algo tão corriqueiro que ninguém liga ao ver pessoas se beijando em locais públicos. Na França é uma honra receber beijocas nas bochechas como cumprimento por algum feiro relevante, mesmo entre homens. Nessas situaçòes os russos chegam a ser mais radicais, beijam-se nos lábios. Nós brasileiros beiijamos por hábito. Um beijinho no rosto é a regra quando a turma se comprimenta, ao chegar e ao se despedir, e até nisso cariocas e peulistas divergem. No Rio de Janeiro se dão dois beijos - um em cada lado do rosto. Em São Paulo são três, que segundo a crença popular é "pra dar sorte" ou "pra casar". Aliás, só no Brasil poderia surgia a curiosa figura do 'beijoqueiro" - um cidadão que ficou famoso por inusitadas apariçòes para beijar personalidades em público, como o cantor Frank Sinatra e o Papa jõao Paulo II.
Há lugares, entretanto, que o ato de beijar é extremamente repudiado. Em países islâmicos, um beijo em público pode virar caso de polícia. No Japão, onde o contato físico nas relações sociais é tido como pouco cortês e é desencorajado, beijar é algo raro. Os japoneses sempre se cumprimentam curvando-se. Até hoje, mesmo com a crescente influência ocidental, poucos casais se atrevem a trocar beijos em público e, quando isso ocorre, as eventuais testemunhas ficam chocadas, embora isso não gere caso de polícia. Serão os japoneses mais tímidos? Talvez. Mas essa reação tem profundas raízes culturais. desde os tempos mais remotos, o beijo era visto pelos japoneses como primeiro passo do ato sexual, e por isso, era algo reservado para ocasiões muito íntimas, como a lua-de-mel. Em público, nem pensar. era algo tão velado que em japonês não se fala "beijo" nem existe o verbo "beijar" com a mesma objetividade dos idiomas ocidentais.
"Beijo" em japonês é "kachizuke", que traduzindo ao pé da letra significa "encostar a boca", e "beijar" é "kuchizuke seru" (fazer bocas encostarem). A expressão "roubar um beijo" é ainda mais