Sócrates
Sócrates vive nas páginas escritas por Platão, que era ainda jovem quando o conheceu. Há também descrições de Sócrates em obras de Aristóteles e outros autores, mas nenhum deles, com a possível exceção de Xenofonte, o historiador, foi testemunha de vista. Em conseqüência, o Sócrates real perdeu-se para nós e restou-nos apenas o Sócrates platônico. Platão não escreveu como documentos históricos os diálogos nos quais Sócrates comparece como principal personagem, embora, na segunda carta platônica – se for autêntica, o que talvez não aconteça – haja um gracioso cumprimento a Sócrates, seu mestre, no qual os trabalhos dele, Platão, são considerados como sendo realmente “a obra de Sócrates.
Sócrates, nasceu em 470 a.C., foi executado em 399 a.C., quando Atenas perdeu a Guerra do Peloponeso contra Esparta. Acusado de impiedade em 399, no curso do julgamento, no entanto, mudou-se a acusação para corrupção da juventude. A defesa de Sócrates é aparentemente a que consta da Apologia, de Platão. No Fédon, Platão conta a história do alegado último dia de Sócrates, durante o qual transcorre uma discussão entre ele e vários amigos e colegas filósofos, principalmente pitagóricos, sobre a imortalidade da alma. Ao fim da discussão, o carrasco traz a cicuta que, naturalmente, tinha que ser tomada pelo próprio condenado. Sócrates bebeu-a e morreu.
Sócrates não provinha das camadas mais altas da sociedade ateniense. Sua mãe era parteira, e a esposa, mostrada como uma megera, era vendedora de verduras. Ele alegava ouvir uma voz interior. De qualquer maneira, por uma razão ou outra ele foi um questionador dos costumes, modos de comportamento e crenças aceitos, que os conservadores, de qualquer maneira, não conseguiam engolir. Em primeiro lugar, empregava a ironia, dizendo que embora os demais pensassem que sabiam das coisas, ele mesmo nada sabia.
Em uma de suas principais doutrinas, Sócrates declara que virtude é conhecimento. Mas não está de todo claro o que queria