Sócrates e os Sofistas
Na História do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VI e VII a.C., promovendo a passagem do saber mítico (alegórico) ao pensamento racional (logos). Essa passagem ocorreu, no entanto, durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentos utilizadas no passado.
O momento histórico da Grécia Antiga em que se afirma a utilização do logos (a razão) para resolver os problemas da vida está vinculado ao surgimento da pólis, cidade-Estado grega.
A pólis foi uma nova forma de organização social e política desenvolvida entre os séculos VIII e VI a.C. Nela, eram os cidadãos que dirigiam os destinos da cidade. Como criação dos cidadãos, e não dos deuses, a pólis estava organizada e podia ser explicada de forma racional, isto é, de acordo com a razão.
A prática constante da discussão política em praça pública pelos cidadãos fez com que, com o tempo, se tornasse o modo adotado para se pensar sobre todas as coisas, não só as questões políticas. Para o historiador francês contemporâneo Jean-Pierre Vernant, a razão grega é filha da cidade.
Quando afirmamos que a filosofia nasceu na Grécia, devemos tornar essa afirmação mais precisa. Afinal, nunca houve, na Antiguidade, um Estado grego unificado. O que chamamos de Grécia nada mais é que o conjunto de muitas cidades-Estados gregas (pólis), independentes umas das outras, e muitas vezes rivais.
Destaca-se, entre os objetivos dos pré-socráticos, a construção de uma cosmologia (explicação racional e sistemática das características do universo) que substituísse a antiga cosmogonia (explicação sobre a origem do universo baseada nos mitos).
Os Sofistas: Os Mestres da Argumentação
Na Grécia Antiga, período pré-socrático foi dominado, em grande parte, pela investigação da natureza. Essa investigação tinha, como vimos, um sentido cosmológico. Consistia na busca de explicações racionais para o universo