Síntese da 1ª Parte do Livro "A Natureza do Espaço" Milton Santos
Em uma pequena introdução, Milton Santos dá significado a palavra “técnica”, alegando veementemente que “são um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço”, porém faz duras criticas a maneira que as técnicas que formam e transformam o espaço são tratadas, como se tivessem um papel pífio na elaboração do espaço geográfico ou que simplesmente não fosse parte constituinte do mesmo, diz que o “inventário dos estudos empreendidos sobre a técnica deixa ver que esse fenômeno é frequentemente analisado como se a técnica não fosse parte do território, um elemento de sua constituição e da sua transformação.” Citando vários autores que dão ênfase para as técnicas, faz um apanhado histórico que vem desde de Paul Vidal de La Blache até as vésperas de lançamento de seu livro, em 1996. Procura elevar as técnicas, de uma mera analogia para um meio de produção geográfica. Por exemplo, quando ele cita Pierre George em sua distinção da cidade atual e a cidade de antigamente, Santos argumenta:”Tomando um aspecto concreto da análise geográfica, Pierre George distingue a cidade atual da cidade anterior, lembrando que esta, na metade do século XIX, seria um produto cultural. Hoje, a cidade "está a caminho de se tornar muito rapidamente, no mundo inteiro, um produto técnico". Tomando um rumo, onde procura estimular os novos teóricos, para pensarem a “técnica” como autônoma do pensamento geográfico faz uma citação em particular à obra de Maximilien Sorre, dizendo que o mesmo foi “o primeiro geógrafo a propor, com detalhe, a consideração do fenômeno técnico, em toda sua amplitude. A sua noção de técnica é abrangente. Para ele, essa palavra 'técnica' deve ser considerada no seu sentido mais largo, e não no seu sentido estreito, limitado a aplicações mecânicas". Cita também Marcel Mauss, o qual atribuiu perspicaz importância ao fenômeno técnico e elaborou uma