Policial fluminense. Ex-diretor do Departamento Estadual de Investigações Civis e Criminais no regime militar, acusado de torturar e assassinar presos comuns e políticos. Sérgio Fernando Paranhos Fleury (19/5/1933-10/5/1979) nasce em Niterói. Entra para a polícia aos 17 anos, como escriturário do Departamento da Ordem Política e Social (Dops). Em 1966 assume o posto de delegado de polícia em São Paulo e torna-se conhecido pela violenta atuação no combate ao crime. Dois anos depois participa da prisão dos estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), durante o Congresso de Ibiúna (SP). Passa a colaborar com a Operação Bandeirante (Oban), organismo criado pelo governo em 1969, conhecido pelo uso sistemático de tortura na repressão a grupos de esquerda. Comanda a captura e o fuzilamento de Carlos Marighella (1969). Chefe do Esquadrão da Morte, corporação clandestina de policiais, é indiciado em diversas ocasiões pela morte de supostos bandidos e pela tortura a presos políticos. Detido várias vezes, nunca chega a cumprir pena - é sempre absolvido ou tem a prisão revogada. Inspira a edição da Lei 5.941, em 1973, que dá ao réu primário o direito de aguardar o julgamento em liberdade. A lei fica conhecida como Lei Fleury, por beneficiá-lo diretamente. É condecorado pelo governador paulista Abreu Sodré (1969) e escolhido delegado do ano em 1974, 1976 e 1978. Sua morte nunca foi totalmente esclarecida. Oficialmente, morre afogado ao escorregar de seu iate em Ilha Bela, litoral norte de São Paulo. As suspeitas de que teria sofrido um atentado não são eliminadas, pois a Polícia Civil não autoriza a realização da