São Paulo shoppings - junkspace

743 palavras 3 páginas
Reflexão pessoal

Junk-Space, definido por Rem Koolhaas relaciona-se directamente com a espiral da informação e conhecimento. A informação produz-se a uma velocidade exponencial, e quando se aumenta o volume, perde-se em qualidade, por outras palavras, a qualidade da evolução expande-se pela quantidade. Pensando neste conceito consigo imaginar uma total estagnação. Acontecimentos importantes são substituídos por uma rede contínua de momentos que, isoladamente, perdem destaque. Uma vez um professor de Física ensinou-me que o Universo caminha muito lentamente para o congelamento total e global, que seriam os conhecidos −273.15° Celcius, zero absoluto. Desde então guardei esta noção e tenho vindo a reconhece-la noutros aspectos. A temperatura serviu-me de metáfora para compreender muitas outras coisas, uma delas, o junk-space.
Estamos todos, a conquistar um estado de conforto individual e colectivo, com os outros e connosco, nunca antes alcançado. Claro que isto tem um preço, melhor, um lado que fora do senso comum, é menos falado e entendido, falo do que perdemos. Junk-Space não é só Centros Comerciais, auto-estradas, ar condicionado, escadas rolantes, mas tudo o que nos entretém e consequentemente distancia da nossa individualidade. É o telemóvel, o leitor de mp3, a roupa que usamos, o dinheiro que guardamos. É já claro que quando se fala de Junk-Space não se fala só de arquitectura, esta é apenas o lugar teórico em que as coisas acontecem, não existe nada a dizer sobre a questão de um edifício em si ser junk-space ou não, faze-lo é perder o fio do tema, Junk-Space acontece sim com o seu uso, com as pessoas que lá estão. Um edifício vazio não cabe nesta discussão porque Junk-Space é um processo mental, é acerca do individuo.
“O que é este intervalo que há entre mim e mim” – Fernando Pessoa.
O Junk-Space torna, por um lado, mais suportável viver no novo contexto urbano das megacidades como São Paulo. Eu diria mais, viver em São Paulo é precisamente à cerca

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