São Bernardo- Graciliano Ramos
Publicado em 1934, "São Bernardo" é tido como um dos maiores representantes da segunda fase do Modernismo brasileiro. Nos anos conturbados das décadas de 1930 e 1940, com crises econômicas, sociais e políticas em todo o mundo, os artistas voltaram-se para as temáticas sociais. No Brasil, os romances dessa época tinham um caráter regionalista, tratando principalmente dos problemas do Nordeste do país, tais como a seca, os retirantes, a miséria e a ignorância do povo.
Porém, apesar do plano de fundo de "São Bernardo" ser os problemas do sertão, Graciliano Ramos foi muito além disso, criando uma obra com uma densa carga psicológica. Para alcançar sua ascensão social, Paulo Honório abre mão de sua humanidade. Endurecido pelas dificuldades do meio onde vive, ele se torna um homem rude, bruto e violento.
Resumo da obra
Criado por uma negra doceira, Paulo Honório foi um menino órfão que guiava um cego e vendia cocadas durante a infância para conseguir algum dinheiro. Depois começou a trabalhar no duro na roça até os dezoito anos. Nessa época ele esfaqueia João Fagundes, um homem que se envolve com a mulher com quem Paulo Honório teve sua primeira relação sexual. Então é preso e durante esse período aprende a ler com o sapateiro Joaquim. A partir de então ele passa somente a pensar em juntar dinheiro.
Saindo da prisão, Paulo Honório pega emprestado com o agiota Pereira uma quantia em dinheiro e começa a negociar gado e todo tipo de coisas pelo sertão. Assim, ele enfrente toda sorte de injustiças, fome e sede, passando por tudo isso com muita frieza e utilizando de meios antiéticos, como ameaças de morte e roubo. Após conseguir juntar algumas economias, retorna a sua terra natal, Viçosa, com o desejo de adquirir a fazenda São Bernardo, onde tinha trabalhado.
Para tanto, Paulo Honório inicia uma amizade falsa com Luís Padilha, herdeiro de São Bernardo. Luís era um moço apaixonado por jogo, mulheres e bebida, e aos poucos Paulo consegue conquistar a