Sustentabilidade
"Durante décadas e décadas, o Cerrado foi uma riqueza a ser desbravada a qualquer custo, a qualquer preço, e parar esse processo é uma necessidade urgente para todos nós", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em um anfiteatro repleto de índios, descendentes de escravos e ativistas.
O objetivo do governo é incentivar o uso sustentável e a preservação do Cerrado, onde vivem espécies raras de lobos, tamanduás e onças. O especialista Augusto Santiago disse que, para isso, o país pode receber US$ 30 milhões do fundo ambiental do Banco Mundial ao longo de oito anos.
O programa é semelhante ao que já existe na Amazônia. Ele estabelece reservas, corredores ambientais e projetos de ecoturismo e incentiva o uso sustentável das frutas, animais e plantas medicinais da região.
Ativistas dizem que o Cerrado está sendo devastado a um ritmo mais rápido do que a Amazônia e a Mata Atlântica, por causa do construção descontrolada de estradas, hidrovias e ferrovias.
O Cerrado é a única área arável contínua do mundo que ainda pode ser ampliada para atender à crescente demanda global por alimentos. Nas últimas décadas, grande parte da região foi transformada em lavouras, especialmente de soja, milho e algodão, cultivos que ajudam o Brasil a ter o seu maior crescimento econômico desde 1986. O ecossistema original vai desaparecer até 2030 se a devastação continuar no ritmo atual, de acordo com a entidade Conservação Internacional. Ultimamente, uma área equivalente ao Estado de Sergipe é destruída a cada ano.
"Nosso Cerrado está se transformando em um deserto, e tudo isso foi feito para o lucro do agronegócio", disse o ativista Manuel