sus elogios
Ariadne Sakkis
Publicação: 04/03/2014 06:01 Atualização:
"É um bom atendimento, mas é cada dia mais cheio. Não há hospital que dê conta", conta Paulo de Tarso Aguiar
Entre os anseios de uma classe média crescente, ter na carteira um cartão de plano de saúde é tão importante quanto a chave de um carro. Medicina pública, diz o senso comum, é para quem não tem dinheiro. Por trás dos estereótipos, no entanto, milhares de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) experimentam os problemas e os benefícios da maior rede de assistência gratuita do mundo. Inclusive os pacientes que têm como bancar a saúde privada. E é dessa classe média, avaliam os especialistas, que a rede precisa de mais atenção.
A nutricionista Patrícia Martins, 34 anos, é uma defensora do SUS. Durante toda a vida, apesar de ter um plano privado, ela fez os acompanhamentos de rotina em postos de saúde. O fato de ela, moradora de Águas Claras e professora universitária, frequentar ambulatórios públicos chegou a ser questionado por um médico que a atendeu. “Ele me perguntou o que eu estava fazendo ali e se eu não tinha plano. As pessoas acham um absurdo. Se a gente não usa, como pode reivindicar melhorias?”, questiona.
Para ela, as complicações impostas pela rede nunca foram graves. Até o dia em que Patrícia teve um filho com autismo. O diagnóstico aconteceu dentro do Hospital da Criança, mas o tratamento precisa ser pago, pois a família não conseguiu vaga no Centro de Orientação Médico-Pedagógica (Comp), única unidade do DF que oferece cuidados gratuitos a essas crianças. “Como ele não está sob risco social e não tem doenças agregadas, meninos e meninas em situação mais grave têm prioridade. Mas isso não quer dizer que o meu filho não precise de atenção específica. O plano de saúde não cobre. Então,