Suicidas furiosos

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Os Suicidas Furiosos (Ciências Sociais)

Os Suicidas Furiosos.
A fúria de Ariel Sharon produziu um milagre na Terra Santa: transubstanciou Yasser Arafat, que já não gozava mais de tanto prestígio entre os palestinos, em símbolo da resistência de um povo oprimido. Sitiado pelo Exército israelense em seu QG, na cidade de Ramallah, o chefe da Autoridade Palestina agora é apoiado publicamente pelos grupos terroristas dos quais tentava até a semana passada manter distância – pelo menos, na aparência. Os líderes do Hamas, da Jihad Islâmica e da Brigada Al Aqsa, secundados por representantes de facções menores, anunciaram ainda que passarão a agir de maneira coordenada. Traduzindo: virão por aí mais e mais atentados contra civis em Israel. A escalada da violência na região é impressionante. Só em março deste ano, 115 israelenses morreram pelas mãos de terroristas. Esse número representa mais que um quarto do total de vítimas do ano passado inteiro.
Quem não está enfronhado na história do conflito pode ser levado a acreditar que os atos terroristas são uma saída legítima, ainda que irracional, para a justa aspiração de construção de uma pátria palestina. É um equívoco. Os atentados só fazem fortalecer politicamente os integrantes da ala belicosa de Israel, capitaneados por Ariel Sharon, que pregam o uso da força e desejam rever os acordos de paz firmados no passado. Além disso, a maioria dos grupos radicais que lançam mão do terrorismo não quer apenas conquistar um território para os palestinos. Quer também a destruição de Israel e a formação de um Estado islâmico, nos moldes dos que existem no mundo árabe. Para esses radicais, qualquer possibilidade de paz com o inimigo significa um revés. Os homens-bomba, portanto, recrutados entre os jovens, não são fruto apenas do desespero, mas de uma estratégia perversa, que visa a aniquilar qualquer perspectiva de convivência entre palestinos e israelenses.
O mais articulado dos grupos terroristas palestinos é o Hamas.

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