Sucesso na aplicação do genoma se avoluma, diz pesquisador
Eric Green - A ideia não era sequenciar o genoma de uma pessoa, mas ter um hipotético, uma referência para representar a humanidade.
Por que ele era hipotético?
Da forma como foi feito há dez anos, estávamos lendo as letras do genoma uma página de cada vez, e diferentes páginas vieram de diferentes pessoas. Cada página era uma sequência de DNA com cerca de 100 mil bases, em um total de 3 bilhões de letras químicas.
O genoma de uma pessoa, um doador anônimo em Buffalo (EUA), respondeu pela maior parte disso, porque o especialista em criar a grande biblioteca de DNA era do Instituto de Câncer Roswell Park, que fica em Buffalo.
Como usar um genoma feito de pedaços de DNA de várias pessoas?
As diferenças de uma pessoa para outra estão só em cerca de mil bases [letras químicas do DNA], então o genoma de referência é 99,9% idêntico ao de qualquer pessoa. Usamos essa ferramenta para construir uma espécie de mapa rodoviário.
Editoria de Arte/Folhapress
É como num GPS. É bom ter o mapa da estrada, mas você quer mesmo saber onde é o shopping, o posto de gasolina, o restaurante. Queremos saber onde estão os genes, as partes do genoma que codificam as proteínas. Em que regiões do genoma costuma haver variações? Quais são os genes ligados a doenças?
O que dizer a quem cobrava cura imediata para doenças?
Quando me tornei diretor do Instituto de Pesquisas do Genoma, há três anos e meio, era rotina escutar: "Vocês estão nisso há sete anos. Onde estão os sucessos?".
Não escuto mais isso. O que está acontecendo, em especial nos últimos três anos, é se avolumarem as histórias de sucesso.
Agora estamos compreendendo o câncer e as doenças genéticas raras. Podemos tirar sangue de uma grávida e analisar o DNA de um feto.
Temos formas mais precisas de receitar remédios e podemos usar DNA microbiano para