Status da fotografia
Estudo de caso
22/02/2008 - Notícias
Status da fotografia é cada vez mais alto
Jornal do Commercio – PE
Da Redação
Vista com horror na época de seu nascimento – seu aparecimento iria dar cabo de artes mais “nobres” como a pintura – a fotografia é uma das estrelas desta 27ª edição da Arco, que já escolheu seu país convidado do próximo ano: a Índia. Estandes de galerias de vários países, como Suécia, China, Brasil, Espanha e Holanda mostram imagens de conteúdos que vão do puramente poético até irônicas críticas sociais.
O trabalho do chinês Wang Quingsong é o destaque da galeria Chinablue, de Beijing.
Enormes, elas trazem imagens de um país que passa por um momento histórico sui generis – e foi justamente por saber captar com um olho único as manifestações sociais desse lugar em ebulição que Quingsong tornou-se um dos principais fotógrafos asiáticos da atualidade.
Ironicamente, ele fotografa sua própria pessoa em meio a situações diversas: na foto Fórum (2001), o vemos acuado por jornalistas e microfones enquanto olha desolado para o espectador (ou seja, nós mesmos). Atrás dele, lemos em um painel “Departamento para o Reestabelecimento da Civilização Contemporânea”. Há também o trabalho New womem (2002), onde mulheres com roupas de gosto duvidoso fazem pose e miram a câmera enquanto o artista, em tamanho bem menor em relação ao das mulheres, enrola-se no chão.
Outro destaque que se apóia na crítica do mundo atual – desta vez tendo como foco a perfeição exigida e vendida pela publicidade – é o trabalho de Rafa Sendín, nascido em Salamanca e presente nesta edição através da galeria espanhola Cubo Azul. O artista fotografou, com uma Leika, uma série de cartazes de filmes e propagandas diversas e depois os recortou horizontalmente justapondo metade de um a metade de outro. O efeito, se não traz grandes novidades, provoca ao exigir do espectador com sua desconstrução pop.
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