STATERA Cidade Dos Campe Es
2935 palavras
12 páginas
STATERAPor: Caroline Cecin.
Capítulo Um
Cidade dos Campeões
“Estranhos climas, longes céus, cortando
Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora
Que morre o sol, suspende o voo, e chora,
E chora, a vida antiga recordando...”
― Olavo Bilac, Via Láctea XXXIII
“Não importa o que vocês pensam!” Uma exclamação feminina e irrequieta fora proferida, “Ela irá comigo, vocês querendo ou não!”.
E então, a porta de cedro do escritório se abrira, e eu, que me encontrava com a orelha escorada na mesma tentando ouvir o que Lana e meus pais discutiam, afasteime ligeiramente, pigarreando logo depois, a fim de disfarçar. “Arrume suas malas, Aimee. Vamos embora.” Lana dissera meramente – como se viajar no meio da noite com ela fosse corriqueiro.
“Não ouse! Ela é a minha filha!” Minha mãe surgira, saindo do escritório, com o dedo indicador, que tremulava de nervosismo, apontando para o nariz de
Lana, e com os olhos vermelhos, deixando explicito que havia chorado.
“Amélia, acalmese.” Meu pai dizia, amenamente, segurandoa pelos ombros, de modo com que ela não avançasse na garota ao meu lado.
“Alguém, pelo amor de Deus, me explique o que está acontecendo!”
Discorri, finalmente, irritada e com a ansiedade quase explodindo em minhas veias.
“Conte a ela, Amélia! Ou eu mesma conto!”, Lana cuspiu.
Por um segundo, senti o ar escapar dos meus pulmões, constatando que eles realmente partilhavam de um segredo e que, pelo o jeito, era um de extrema acuidade. Olhei para minha mãe, esperando alguma resposta, mas esta, por sua vez, me observara com clemência, com ar de descontentamento, desatandose a chorar segundos depois.
Voltei meu olhar para Lana que se encontrava com a pele enrubescida de estresse e com as duas mãos pequenas na cintura, enquanto batia os pés no tapete de camurça vermelha.
“Não irá contar? Pois bem!”
“Lana...
Por