Sr jgd
Morte e Vida de Grandes Cidades
("Life and Death of Great American Cities") chega ao Brasil mas nummomento crucial. Tanto pelas teses que apresenta quanto por nos induzir a um cotejamento entre os problemas urbanosamericanos no início dos anos 60 e a atual situação das exauridas cidades brasileiras, o livro possui ainda uma grandeforça. Já na primeira linha a autora adverte que estaremos diante de um ataque aos fundamentos do planejamentourbano e da reurbanização vigentes nos Estados Unidos a partir da década de 30. Sua investida, que na primeira parte dotexto possui a contundência de um manifesto e na segunda a força de um verdadeiro estudo, centra-se em questões quedenominamos genericamente de urbanidade . É com esse conceito, difícil mas essencial para a abordagem do mundourbano contemporâneo, que Jane Jacobs trabalha. Sem lançar mão de uma definição linear de urbanidade, ela percorreos atributos considerados indispensáveis a sua plena manifestação e existência.A sua tese central é bastante clara: o grau de urbanidade de uma cidade, de uma metrópole ou de um bairro dependeintrinsecamente do grau de vitalidade urbana ali presente. Vitalidade e decadência não estão no texto de Jacobs emoposição simples, menos ainda em sucessão temporal. Para ela, manejar a complexidade urbana através de planos eprojetos é uma tarefa séria e necessária. Suas análises, histórias, exemplos e citações têm como eixo o reconhecimentodas ações e situações urbanas capazes de gerar ou de destruir essa vitalidade primordial. Relacionando as atividades eos seus espaços, Jacobs procura mostrar com muitos argumentos que as atividades regem a vida urbana e que osespaços que as acolhem devem estabelecer com elas relações de compromisso e aliança.Ora situada na posição de dona-de-casa que observa com argúcia o