6) Soroterapia: princípios e aplicações ao ofidismo. Os soros utilizados na clínica médica podem ser de origem humana (homólogos) ou equina (heterólogos). Os heterólogos permanecem em circulação durante menor período de tempo quando comparado aos soros homólogos. Geralmente utilizam-se soros quando: a) não existe vacina disponível e o emprego do anticorpo impede ou modifica a evolução da doença; exemplo: hepatite A; b) embora exista vacina disponível, necessita-se de proteção imediata, não se dispondo de tempo suficiente para estimular a produção de anticorpos do paciente através de imunização ativa; exemplos: profilaxia da raiva, hepatite B e sarampo; c) a doença e está instalada e se sabe que o anticorpo neutraliza o efeito da toxina não fixada; exemplos: botulismo, tétano, difteria e acidentes por animais peçonhentos. d) o paciente está imunodeprimido ou imunossuprimido, sendo incapaz de produzir quantidades suficientes de anticorpos. Os soros heterólogos podem desencadear reações adversas do tipo imediata ou tardia. - Reações precoces: ocorrem nas primeiras 24 horas após a administração do soro, com ampla variação de intensidade: Podem ser anafiláticas (reação de hipersensibilidade do tipo I): aumento da permeabilidade capilar, aumento da secreção glandular exócrina, contração da musculatura lisa, aumento da síntese de prostaglandinas, modulação da migração eosinofílica e supressão das funções das células T; ou podem ser anafilactóides: rubor, edema angioneurótico, broncoespasmo, colapso cardiovascular, edema pulmonar, gases, cólicas, vômitos, etc. - Reações tardias: desenvolvem-se 5 a 24 dias após a administração do antiveneno. Constitui o fenômeno de hipersensibilidade do tipo III (doença do soro). O quadro caracteriza-se por febre baixa, prurido ou urticária generalizada, atralgias, linfadenopatia, edema periarticular, proteinúria e, raramente, encefalopatia.
O êxito da soroterapia nos acidentes por animais peçonhentos está na