Something about biolog
Hoje passa exatamente um ano após a Revolução dos Cravos, e por isso temos numa entrevista exclusiva com Ruy de Belo, um dos opositores ao regime de Salazar.
Ruy de Belo é um poeta português de Santarém, licenciou –se em direito na Universidade de Lisboa e na Universidade de Letras em Filosofia Romântica. E já tem publicado vários livros como “ Aquele Grande Rio Eufrates” e mais recentemente “A Margem da Alegria”.
Pode descrever-nos em poucas palavras a poesia do século XX?
A poesia do século XX é diferente pois, nós não respeitámos a gramatica, e utilizamos à espontaneidade. E muitos dos poemas falamos do quotidiano e na realidade de hoje. Não temos um ritmo certo, temos ritmos livres. E damos ao leitor a oportunidade de fazer a própria interpretação que pode ser completamente diferente de outro individuo.
No início, que tipo de escritor o influenciou? Sem dúvida o Fernando Pessoa, para mim o maior poeta do século XX.
O que o inspira?
Tudo serve de inspiração, a natureza, a minha infância, ou até mesmo a sociedade geral. Mas não preciso só de inspiração, há fatores que também necessito como estar descontraído e mente livre. Qual são o assunto que aborda principalmente, nos poemas? Eu, principalmente faço um contraste entre a infância e a vida atual, sendo a infância a parte feliz e a outra a infelicidade. Que poema gostou mais de escrever e porquê?
Compreensão da árvore
A tua voz edifica-me sílaba a sílaba /e é árvore desde as raízes aos ramos /Cantas em mim a primavera breve tempo /e depois os pássaros irão /povoar de ti novas solidões /E eu sentirei na fronte permanentemente /o sudário levemente branco do teu grande silêncio /ó canção ó país ó cidade sonhada /dominicalmente aberta ao mar que por fim pousas /na fímbria desta tua superfície.
Este poema fala da liberdade, liberdade de expressão “A tua voz edifica-me sílaba a sílaba”, que os pássaros vão anunciar novos sentimentos, partilha- los com os