sombras de goya
Escrito a quatro mãos por Milos Forman e pelo consagrado roteirista francês Jean-Claude Carrière, o roteiro parte do momento em que Goya convida a posar para ele a jovem Inês Bilbatua (Natalie Portman), filha de um rico comerciante local. Fiel à beleza de sua modelo, seu retrato torna-se rapidamente uma das maiores atrações do ateliê do pintor.
Para sua desgraça, Inês atraiu também a atenção dos inquisidores. Ao vê-la recusar um prato de carne de porco, numa noite em que saíra com seus irmãos, espiões da Igreja a denunciam por "judaísmo" e ela é convocada para um interrogatório.
Na sede da Inquisição, o clima é sempre mais favorável a uma condenação, não só para Inês, como para todos que têm a infelicidade de se tornarem seus alvos.
Submetida à tortura, a jovem conhece o horror e a solidão, sem que sua família possa fazer nada a respeito. O fundamentalismo cristão dava as cartas naquela sombria Espanha dos reis Carlos 4o (Randy Quaid) e Maria Luisa (Blanca Portillo, de Volver).
Há uma última esperança para Inês e ela está nas mãos do padre Lorenzo (Javier Bardem). Apesar de não chefiar a Inquisição, ele é um conselheiro suficientemente hábil para influenciar suas decisões. Ao visitar Inês em seu calabouço, porém, Lorenzo é dominado por suas próprias tentações.
Enquanto isso, o sensível Goya nada mais pode fazer do que traduzir em suas telas estes e outros horrores de seu tempo. O principal deles é a invasão das tropas francesas, que abalará a Inquisição mas também dizimará a Espanha.
É sempre bem-vindo observar como o veterano Forman, de 75 anos, realiza um filme assim vigoroso. O diretor de O Mundo de Andy (1999), colecionador de Oscar em Um