Som e espaço
Música para compor o ambiente
Música para escovar o dente
Música para fazer chover
Música para ninar nenê
Música para tocar novela
Música de passarela
Música para vestir veludo
Música pra surdo-mudo
(Música para ouvir - Arnaldo Antunes)
A música está presente no dia-a-dia das pessoas. Já pela manhã é comum ver nas ruas, nos ônibus e nos carros, pessoas ouvindo música. Os fones de ouvido, ou mesmo os gestos por trás dos vidros dos automóveis denunciam isso: os dedos que batucam no volante ou as bocas que se movem ao acompanhar o refrão que é tocado no rádio. Há músicas nas ruas, nos templos e igrejas, nas casas, nos bares. Quando não são tocadas “ao vivo”, são reproduzidas dos mais diversos formatos e meios, pois podem estar em
MP3 ou AVI em celulares e iPods; rádios AM’s e FM’s, CD ou DVD nos aparelhos de som domésticos ou dos carros; e até mesmo em fitas K7 ou discos de vinil – cada vez mais raros nos dias atuais. As músicas também têm presença certa nos filmes e programas de TV, e nos eventos marcantes da vida das pessoas, como nos casamentos ou bailes de debutantes. Entretanto, mesmo que em uma casa nenhum aparelho de som seja ligado para que a música seja tocada, ela continuará presente no cotidiano da sociedade, seja advindo de outras residências ou de estabelecimentos comerciais.
Nas salas de aula, é crescente o número de professores de Geografia que se utilizam das músicas como recurso didático. Muitas vezes o foco é dado para a letra, na qual o professor encontra elementos para pensar e discutir paisagens, ou o contexto em que foi escrita. Contudo, a música pode oferecer mais subsídios para enriquecer as aulas de Geografia.
A música retrata a cultura e a memória do povo. É uma coleção de sons concebidos e produzidos por sucessivas operações de pessoas que ouvem bem (SCHAFER, 1991, p. 187), que quando executada, integra-se à paisagem sonora tornando-se um de seus elementos.
A música de um lugar