SociologiaDaViolencia

A sociologia da violência/Possibilidades analíticas

A violência entre a assistência de um jogo de futebol, apesar de percepcionada como algo frequente ou como algo que não choca devido ao contexto em que ocorre, é algo que ocorre com muito pouca frequência em Portugal, nos campeonatos profissionais. Creio que a violência entre claques e confrontos antes e após os jogos é outro tipo de fenómeno, mas ainda assim é algo que ocorre esporadicamente e em apenas alguns jogos. É mais comum assistirmos a insultos, arremesso de objectos do que propriamente a confrontação física entre grupos ou indivíduos. Não há portanto a acção violenta com o intento de causar dano.
Existem um conjunto de questões chave que se colocam ao analisar ou simplesmente comentar um episódio deste género:
A acção violenta não surge espontaneamente mas sim num contexto propício (Tensão, conflito), quais foram as condições para que se criasse um contexto propício para ocorrer acção violenta?
Dentro do contexto propício, qual foi o momento chave em que se passou à acção violenta?
Existem diferentes possibilidades analíticas e diferentes opções teóricas, sendo que no decurso da cadeira de Sociologia da Violência foi dado destaque às visões de Michel Wieviorka e de Randall Collins mas antes de mergulhar nas visões destes autores é importante reflectir sobre a violência enquanto objecto de estudo da sociologia. “A violência está a tornar-se visivelmente importante para a sociologia enquanto disciplina mas tem sido dispersada e fragmentada em áreas específicas de análise (…) objecto de análise de alguns teóricos clássicos como Engels ou Weber, perdeu preponderância após a II Guerra Mundial, contudo não desapareceu mas tornou-se fragmentada e localizada em subcampos considerados especializados” (Walby, 2012). Por exemplo a violência criminosa interpessoal é analisada à luz da criminologia enquanto o uso de violência por parte dos estados é analisado pela ciência política e relações internacionais. Desta