A intersubjetividade é o campo de interação comunicativa ou relação interpessoal que, em oposição aos subjetivismos individualistas, constitui o sentido pleno da experiência humana. E para que haja o processo de intersubjetividade faz-se necessária a linguagem e a comunicação. Destes processos resulta a consciência, ou seja, esta não é algo pronto e acabado. Uma vez que a consciência depende da comunicação, e esta da linguagem que é uma exigência social, infere-se que não haveria consciência e muito menos o ato de pensar sem a estrutura social. Então, se os pensamentos são resultado da sociedade e das relações interpessoais, estes acabam por evoluir e se desenvolver ao modo que nossas experiências mudam. Além disso, a consciência opera através de fins, e a partir deles as pessoas fazem projetos ou fazem determinadas ações. Ou seja, tudo o que o ser humano faz no presente é almejando algo no futuro. Pode-se dizer com isso, que o ser humano é fundamentalmente teológico. Ele cria deveres e obrigações que podem muitas vezes contrastar com as tendências de suas paixões, a fim de alcançar algo. Isto pode ser visto no processo produtivo, em que estabelecem-se fins e objetivos da produção para a consecução dos produtos ou mercadorias destinados à satisfação das necessidades humanas. Assim, para isso, mobilizam-se os meios para o resultado final, o projeto produtivo. No sistema capitalista, a produção visa o consumo, por exemplo. No sistema capitalista de produção, desde o começo da produção até o seu fim, o consumo, leva-se muito tempo. O alcanço deste objetivo é agravado pelo fato da sociedade ser dividida em classes, uma vez que a grande maioria dos produtores não tem acesso aos bens que produz, não participa de forma igualitária nesse processo. Há uma distância, com isso, entre o ser e o dever ser. O ser que é postulado em razão da perspectiva de um gozo, de uma impulsão imediata, contrapõe-se ao dever ser, de se conter na ordem do consumo e do prazer, para