o conceito de cultura obteve, há algum tempo, um grande sucesso fora do círculo das ciências sociais ganhando espaço em outros debates. Assim, para discutir cultura é necessário ter em mente seu processo dinâmico que pode ser classificado como um conjunto de significações comunicadas pelos indivíduos de um dado grupo através da interação com outro. Cuche destaca, ainda, que existe uma estreita relação entre a concepção de cultura e a concepção que se tem de identidade cultural. Mas o que é esta “identidade”? o conceito de identidade cultural se caracteriza por sua polissemia e sua fluidez. Ou seja, suas variadas significações. A “recente moda da identidade” é o prolongamento do fenômeno da exaltação da diferença que surgiu nos anos setenta e que levou tendências ideológicas muito diversas e até opostas: de um lado os que fazem apologia da sociedade multicultural e, de outro, a exaltação da ideia de “cada um por si para manter sua identidade”. Esta dualidade de conceituações leva a pensar a identidade como resultante das diversas interações entre o indivíduo e seu ambiente social, próximo ou distante. E, é através deste ambiente que o indivíduo se localiza e é localizado. Assim, “a identidade social de um indivíduo se caracteriza pelo conjunto de suas vinculações em um sistema social: vinculação a uma classe social, a uma classe de idade, a uma classe social, a uma nação, etc”. Pensando a cultura como algo dinâmico, suscetível a mudanças, é possível perceber que as manifestações culturais também o são. Isto é, se em determinada época alguns valores e atividades eram praticados por determinado grupo, estes podem mudar com o passar do tempo e com o contato de outros grupos. Assim, perceber fatores intrínsecos nas manifestações culturais requer avaliar de maneira detalhada dos fatores que particularizam determinados grupos, tais como a língua (linguagem), hábitos alimentares, organização social,