Sociologia
COM A SOCIOLOGIA.
Professor Marcelo
QUEM DEVE TER O DIREITO DE PENSAR?
A imprensa, de uma maneira quase beirando a generalidade, mobilizou-se através de suas diversas formas de expressão, a partir da terça feira (8/4), na veiculação de notícias correspondentes à prova de filosofia que foi aplicada para cerca de 400 alunos do ensino médio da rede pública de educação em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, comentando que a referida prova tinha gerado uma grande polêmica nas redes sociais pelo fato de ter chamado a funkeira
Valeska Popozuda de “pensadora contemporânea”, pois o enunciado da questão de múltipla escolha trazia “segundo a grande pensadora contemporânea, Valeska Popozuda, se bater de frente”. O recorte da prova, que fora compartilhado nas redes sociais, gerou milhões de comentários, em sua grande maioria repudiando o enunciado da prova, atacando a educação brasileira, ofendendo o professor e, principalmente, criticando a cantora e dançarina de funk – estilo musical que tem seu maior público em localidades de periferia das grandes cidades e que tem ganhado enorme projeção no cenário da música brasileira. Nessa polêmica, uma questão que pede reflexão é a seguinte: “Quem deve ter o direito de pensar?”
Sobre esse acontecimento discursivo, compreendemos com o filósofo italiano Antonio
Gramsci que “é impossível pensar em um indivíduo que não pense e que pensar é próprio do homem (e mulheres) (a menos que se trate de um caso de idiotia patológica)”. Na mesma direção, segundo o professor Luciano Oliveira, ainda na visão desse filósofo, uma evidência que demonstraria que todos os indivíduos podem ser filósofos é a língua que não é usada de maneira vazia. Ou seja, para ele, quando fazemos uso da língua estamos realizando uma atividade intelectual e essa se expressa a partir das escolhas lexicais de acordo com o sentido que pretendemos veicular. Nessa linha de raciocínio, faz-se importante refletir quais seriam os