Sociologia
A reestruturação social sugerida por Beck é diferente daquela formulada pelos socialistas, por exemplo. O autor é enfático ao sublinhar o caráter próprio da modernização reflexiva; é o próprio capitalismo que promove essa transformação dinâmica, que permite a abertura de novos caminhos de forma realmente efetiva.
[...] isto significa que não é a luta de classe, mas a modernização normal e a modernização adicional que estão dissolvendo os contornos da sociedade industrial. A constelação que está surgindo como resultado disso também nada tem em comum com as utopias até agora fracassadas de uma sociedade socialista. Em vez disso, o que se enfatiza é que o dinamismo industrial, extremamente veloz, está se transformando em uma nova sociedade sem a explosão primeva de uma revolução, sobrepondo-se a discussões e decisões políticas de parlamentos e governos. (BECK, 1997, p. 13)
Os riscos, segundo Beck, “tendem cada vez mais a escapar das instituições para o controle e a proteção da sociedade industrial” (p. 15). Portanto, cai por terra o “risco zero”. A incerteza, antigamente presente na “libertação” da sociedade “religiosa-transcendental” para a sociedade industrial, retorna agora no surgimento da sociedade de risco. Não há mais o “risco zero”, amparado pela política do welfare state e por especialistas que antes transmitiam segurança e mantinham a ordem social intacta. A crítica, autônoma e sem objeto definível, vem de todas as dimensões, dividindo famílias e indivíduos.
A partir desse ponto, Beck introduz um novo conceito, importante para entender como o direito exerce sua tarefa de minimização