Sociologia
Um olhar aprofundado sobre os resultados das urnas mostra que a presidenta Dilma Rousseff (PT) venceu o segundo turno das eleições não apenas em regiões beneficiadas por políticas sociais, mas especialmente em municípios onde não há grande percentual de beneficiários de programas como Bolsa Família.
Os votos aumentaram, do primeiro para o segundo turno, nas cidades onde o Bolsa Família beneficia menos de 25% da população. Esses locais representam 7,3 milhões dos 11,2 milhões de votos a mais que a presidente teve na etapa final.
Dilma subiu ainda entre os eleitores das mil cidades onde menos de 13% da população recebe o Bolsa Família. Esses municípios compreendem 42% do eleitorado brasileiro.
Nos dois turnos, a presidenta cresceu mais de 10,1 pontos percentuais, o que corresponde a 4,8 milhões de votos, quase metade de toda a votação na etapa final. Enquanto isso, o crescimento de Dilma nos mil municípios com mais beneficiários foi menor do primeiro para o segundo turno. O ganho de votos nessas cidades passou de 486 mil.
Outro motivo para a vitória de Dilma está no resultado das urnas das 3.773 cidades com menos da metade da população beneficiária do Bolsa Família, onde Dilma recebeu 10,2 milhões de votos a mais no segundo turno.
Porque Aécio perdeu as eleições?
Com mais de 400 mil votos de diferença, Aécio Neves perdeu no primeiro turno em Minas Gerais, estado que governou por dois mandatos, até ir para o Senado. Dívidas bilionárias e redução do investimento em saúde e educação explicam a forte rejeição dos conterrâneos a Aécio.
“A população mineira sabe o que enfrenta. Por mais que os grandes meios de comunicação do estado sempre tentaram esconder os problemas, esses 12 anos de choque de gestão geraram um grande desgaste porque as políticas não são para a maioria da população”, analisa Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT/MG).
A campanha do senador Aécio Neves utiliza o “choque