sociologia

Apenas nos últimos anos do regime militar, no mandato de João Batista Figueiredo, os brasileiros voltaram a lutar pelos seus direitos de forma tímida. O movimento das Diretas Já foi a campanha que teve a maior participação popular desse período.
Com o fim da ditadura, já em pleno estado de direito, alguns movimentos pontuais, como as passeatas pelo impeachment do presidente Collor, se destacam, mas, hoje, de forma geral, a participação popular dos brasileiros está bastante refluída, como ressalta a socióloga Maria Victoria Benevides. Ela, que é professora da faculdade de Educação da USP e da Escola de Governo, afirma que a atuação do brasileiro na política, na maioria das vezes, se restringe ao voto e é mais perceptível apenas quando se trata de casos extremos ou específicos. “A cultura de participação política ainda é incipiente no Brasil e a participação popular só é mais visível quando se refere a um problema concreto, como, por exemplo, uma greve, uma reação a um programa que afete uma determinada comunidade ou grupo social”.
Já para o professor da pós-graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, José Salvador Faro, ainda que não participe ativamente da política como antes da ditadura militar, a população brasileira possui certa cultura de envolvimento com a política. Segundo ele, as últimas três eleições presidenciais são um exemplo disso.“O fato da sociedade brasileira ter demonstrado ‘energia eleitoral’, fazendo escolhas que destoam das tradicionais manipulações oligárquicas e a eleição do presidente Lula em 2002 é uma prova disso, demonstra que há um nível de interesse muito positivo por questões mais amplas”.
Como solução para a participação pouco expressiva,Maria aponta um caminho: a educação política. De acordo com ela, tanto os partidos políticos quanto os movimentos sociais devem trabalhar em prol da formação da consciência política dos cidadãos brasileiros. “Esse esforço pela conscientização também tem que vir dos próprios